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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A Lenda do Salmão e a Ostra

“Esta é uma estória fictícia, porém tentarei fantasiá-la para ter um pouco mais de graça neste texto. O diálogo entre o salmão e a ostra, durou um pouco mais de dez minutos.”


Um cardume de uns quinhentos salmões, mais ou menos, nadava tranqüilamente quando subitamente um tubarão apareceu num rápido instante e atacou os salmões. Numa única bocada ele devorou uns quinze peixes ou mais. Essa quantidade não foi possível precisar. Todo o cardume restante tentando fugir nadou velozmente e conseguiram dispersar. O tubarão semi-satisfeito foi embora. Um único salmão distraído perdeu o sentido e a direção que os outros rumaram e foi para o fundo do oceano tentar se esconder entre umas algas marinhas ali por perto. Ele ficou ali sozinho, assustado e evidentemente com medo, mas manteve-se ali, quieto controlando até a “respiração” para não fazer “barulho”, até ter a certeza de poder ir embora para procurar a sua turma.

Num curto instante ele “ouviu” um “Psiu”. Assustou-se novamente e nem se mexeu. Após alguns segundos ouviu novamente outro “Psiu”. Olhou com cuidado para um lado, depois para o outro e não consegui ver ninguém ali por perto. Quando, então ele ouviu uma “voz” que dizia:

- Ei Salmão, sou eu quem está te chamando!
Ele perguntou:
- Quem? Quem está aí?
Ela respondeu:
- Sou eu, uma ostra, você não está me vendo? Chegue aqui, mais perto de mim. Este local é mais seguro e ninguém poderá vê-lo de onde estou. Eu também estou escondida.
Ele disse:
- Aqui eu conheço, estamos a 45 léguas marítimas da costa oeste da Guatemala. “(Cerca de 85 km)”.
O salmão “respirou” já despreocupado e foi até lá perto da ostra. Nadou apenas dois metros e aproximou-se dela e disse:
- Obrigado, pela ajuda, tentando me salvar. Eu me perdi dos meus parentes.
Ela disse:
- Eu sei. Eu vi tudo daqui, por sorte você não foi devorado por aquele tubarão. Ele é “folgado” mesmo, Não é?
- Ele pensa que é o rei do oceano. Só porque ele é um peixe feroz e voraz – disse ele.
- Eu também penso assim – disse ela.
- E então, me diga, porquê você também está escondida aqui.
- Por que eu estou com medo do polvo. Você sabe, nós somos moluscos; mas na cadeia alimentar ele e a lula são nossos principais predadores. Mas eles comem também outras espécies tais como: mariscos, caramujos, mexilhão, conchas, etc.
- Eu sei, nós também temos esse problema. Quando estamos no período de reprodução nossas “mulheres” fazem a desova nos pontos mais altos. Nós somos obrigados a saltar nadando contra as correntes para um ponto mais alto dos oceanos, para conseguirmos chegar a um lugar mais seguro, mas sempre somos devorados pelos ursos polares, e também por outros peixes maiores. Isso sem contar quando somos “recolhidos” aos milhares junto com outras espécies, pelos barcos pesqueiros. E o pior é que os crustáceos também são vítimas destes pescadores.
- Nós também temos este mesmo problema. Como não sabemos nadar, somos arrastadas pelas correntes marítimas. E quando chegamos muito próximo à costa terrestre, somos "apanhadas" pelos pescadores que comem os mariscos das conchas e “roubam” nossas pérolas para fazerem colares para oferecerem às fêmeas daquela espécie humana que vive lá na área terrestre. E ainda, aproveitam as nossas “cascas” para fazerem objetos decorativos para venderem aos turistas nas praias.
- Bandidos! (Ficou enfurecido o peixe), vivem para explorar nossas espécies para se sustentarem.
- Amigo! Não fique bravo. Na vida é assim mesmo. É a lei da natureza. Mas enquanto nós pudermos nos reproduzir e garantirmos as nossas próximas e futuras gerações, não estaremos correndo o risco de entrarmos em extinção.
- É verdade amiga, pensando bem, você têm razão. Vamos ter sempre que nos reproduzirmos para que as nossas existências possam ser garantidas neste mundo.
- E você? – disse o salmão – Está aí com uma pérola bonita? Ela está grande ou ainda está em fase de crescimento?

“A ostra ficou calada por uns instantes e soltou uma “lágrima”. Quando ela pensou em chorar, o salmão se tocou que tinha dado um fora, e tentou corrigir a besteira que acabara de dizer, mas tentou contornar a situação”.

- Calma amiga! Eu não queria emocioná-la. Desculpe-me?

“Ela se recompôs e depois de alguns instantes enxugou “as lágrimas” e disse:”

- Sabe de uma coisa?
- O que? – disse ele.
- Eu levo um tempão para produzir e cuidar da minha pérola, como se fosse minha filha, e o destino dela sempre é o mesmo. Ou acaba sendo devorada pelos predadores ou então sendo recolhida pelos pescadores. Nossa vida acaba ali. Eles nem esperam a gente morrer naturalmente.

“O salmão entristeceu-se também pensando no trágico fim em que a sua vida acaba. Praticamente da mesma forma sem ter o direito de morrer naturalmente como um velho peixe aposentado. Como não pôde conter-se, num gesto de solidariedade, não resistiu e “abraçou” a “amiga” ostra. Ele pensou um pouco e com certa frieza, não resistiu e teve que dizer para a ostra o que ele sabia”.

- Amiga. Não vá ofender-se com o que eu vou falar, mas eu tenho que te dizer...
- Pode falar amigo, eu acho que não serei a única ostra neste mundo que irá perder minha pérola, mas pode dizer que eu não irei me aborrecer.
- Você promete? – disse ele.
- Prometo. Pode dizer.
- Mas antes, posso te pedir um favor?
- Depende. Se eu puder fazer...
- Dá uma “abridinha” aí pra eu ver o tamanho da sua pérola.
- Claro! – disse ela.


“Quando a ostra abriu sua concha, subiu um cheiro esquisito, mas o salmão pra não dar outra mancada nem resolveu comentar sobre o cheiro “fedido” que vinha de lá de dentro. Disfarçou e fez o seu comentário:”.

- Bonita essa sua pérola. Ela realmente é muito interessante. Olha, eu não sou de fazer “premonições” - (“Como se isso fosse possível com os peixes, mas em fábula vale tudo.”) – mas eu sismo que você irá perdê-la.
- É, isso já aconteceu com várias outras ostras e fatalmente, assim, como sempre haverá terremotos, isso vai acontecer comigo também.

O salmão viu que o mar estava calmo demais e disse para a ostra que iria embora procurar sua família. Ela despediu-se dele e desejou boa sorte. Assim que ele foi embora a ostra parou e pensou:

“- Foi bom eu ter conhecido aquele salmão. Isso me fez refletir que para a "gente" se dar bem na vida, às vezes, é preciso ter um pouco de sorte. E olha que ele foi um cara legal e inteligente e ainda me passou alguns de seus conhecimentos."

A ostra aproveitando que vinha uma corrente marítima, foi arrastada para um lugar ainda mais seguro e foi tirar um cochilo.

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