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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Andar de ônibus é melhor do que ver TV

Já reparou que ao andar de ônibus, você vê coisas bem mais interessantes do que vê na televisão?
É incrível né? Porque hoje em dia a televisão está com uma programação chata, coisas repetitivas, noticiário desagradável (quase sempre), etc.
No ônibus não. Cada dia tem uma coisa diferente acontecendo. E olha que não dá nem pra relatar tudo aqui, senão este texto ficaria hiper extenso
e quase infindável, mas vou tentar escrever várias coisas que já vi, pelo menos da maioria que eu conseguir me lembrar.
Antes de começar vou explicar porque me deu vontade de escrever sobre isso. Num belo dia, cheguei bem cedo ao escritório e vi um recado em cima da minha mesa: “Leve esses contratos para o Dr. Marcelo assinar. O dinheiro do táxi está na segunda gaveta”. Coloquei os contratos num envelope e ao abrir a gaveta vi que tinha em R$ 70,00 em dinheiro. Pensei: “Caramba! Pra que tanto dinheiro, só pra levar uns papéis pro advogado assinar?” Achei então, que aqueles documentos eram de vital importância, por isso a secretária me deixou “tanto dinheiro”. Como todo mundo na vida já foi um “Office-boy”, eu ainda pensei se deveria ou não tomar um táxi. Fiquei com medo de pegar um ônibus pra economizar no transporte e “dar um chute” no dinheiro do escritório. Depois que tomei um café, refleti melhor e decidi. “Vou de táxi, mesmo. Se der pra matar uns R$ 20,00 “Tá limpo””.
Fui pra rua com meu envelope aguardar um táxi bem próximo a um ponto de ônibus. Eu estava em uma avenida bem movimentada e a corrida do táxi, se não houvesse trânsito, levaria em média 40 minutos. Não demorou nem cinco minutos e já vinha um táxi se aproximando. Dei o sinal e quando ele parou um sujeito de terno marrom e óculos escuros, praticamente me empurrou e entrou no táxi, antes de mim. Não sei até hoje se ele deu sinal ou me “assaltou” o táxi que me levaria até a advocacia. Fiquei com raiva daquele sujeito e tive que ficar aguardando o próximo. Mais alguns minutos e lá vinha outro táxi. Só que estava ocupado. Passou mais dois em seguida, também ocupados. Quando passou mais um, assim que dei sinal uma senhora bastante idosa cutucou nas minhas costas dizendo: “Me deixa pegar esse táxi aí, meu filho. A vovó tá muito doente. Eu tenho uma consulta marcada e vou chegar atrasada na consulta, e os meus remédios estão acabando, e o médico disse pra eu tomar dois comprimidos, e eu só tenho mais um, e a minha perna está doendo, e blá, blá, blá.” Eu até abri a porta e pus a senhorinha dentro do carro e decidi. Vou de “Busão”.
Vinha passando um ônibus que servia pra mim, dei sinal e entrei, aliás, me empurraram pra dentro do ônibus. De manhã é sempre assim. Até você chegar à catraca pelo menos umas vinte ou mais pessoas vão te empurrando. Parecemos bois andando em fileira rumo ao matadouro. E as pessoas te apertam, empurram, pisam no seu pé. O sovaco de um esfregando no outro. É um inferno. Naqueles bancos da frente reservados para idosos, gestantes, deficientes ou pessoas com crianças de colo, sempre estão ocupados com qualquer pessoa. Quando sobe um idoso, por exemplo, o sujeito que está sentado em um dos bancos reservados, finge que está dormindo. Pode reparar. Antes de você chega à catraca para pagar a tarifa dá pra ouvir diversos tipos de assunto. Uns falando de novela, outros de futebol, noticiários, filmes, propagandas, etc.
Legal, é quando o jogo da noite anterior é comentado, como se fosse a coisa mais importante pra ser discutida dentro do ônibus. Um diz para o outro: “Aquele Pênalti, foi roubado!” E o outro diz: “Não porque o jogador antes de cair na área estava impedido”. Alguém (mesmo desconhecido) entra no meio do assunto: “O bandeirinha roubou”. “Levantou a flanela antes do tempo”. E a pessoa vira pra você e pergunta: “Na sua opinião foi Pênalti, ou não foi?” Você fica sem saber o que responder, porquê como é que você vai contrariar a opinião alheia e de um desconhecido?. E o mais engraçado é que, você nem precisa acompanhar a tabela do campeonato, pois têm sempre uma pessoa dentro do ônibus que soma os pontos e fala que se o time “A” empatar com o time “B” e o time “C” perder por dois gols de diferença o time “D” é eliminado e não vai ter jogo de volta na casa do adversário. E na repescagem a vantagem é do time da casa e na próxima rodada o jogo vai ser na altitude. Qual jogo que será televisionado. Tá vendo! Ninguém se perde e nem deixa de entender de futebol. Não fica desatualizado e até fica sabendo das novas contratações e patrocínios dos clubes, se estiver dentro de um ônibus. É muito divertido.
Quando o assunto é novela, muda um pouco o foco. Cada novela no seu começo é difícil de entender. Principalmente se você estiver ouvindo alguém contando dentro de um ônibus. As pessoas costumam confundir os personagens. Misturam com novelas anteriores ou então, confundem com os personagens de outras novelas que passam em horários diferentes. É uma bagunça. Mas isso é normal. Quando a novela já está no meio da estória aí começam a ficar interessantes os comentários dentro do ônibus. As especulações começam a surgir e alguém sempre diz: “Eu acho que fulano vai matar cicrano pra ficar com a mulher dele”. Outra pessoa diz: “Você vai ver”. “Antes de acabar a novela, eles vão descobrir quem é o assassino”. Outra pessoa ainda diz: “Também se a novela acabar assim, não vai ter graça”. Ou então: “Eu acho que ela vai largar dele pra fugir com o motorista”. E nisso tudo, quem sai ganhando são as emissoras e os patrocinadores que empurram nos comerciais tudo que a gente compra mais caro nos mercados. Filmes bons raramente passam na TV, mas o pessoal da “Gatonet” sempre tem algum pra contar dentro do ônibus como se fosse uma novidade ou exclusividade. Às vezes a pessoa conta o filme inteiro durante a viagem do ônibus. Então, vai aí minha dica: Fique colado nesse cara pra ouvir o filme todo, pois eu sei que tem gente que contam um filme inteirinho e direitinho sem pular nenhuma parte. Você irá economiza tempo pra caramba fazendo outras coisas, caso você estude no período noturno, por exemplo. E o noticiário continua sempre o mesmo. “Formatadinho” conforme a conveniência dos fatos.
De resto, nos ônibus têm ainda centenas de coisas que como eu disse, não dá pra escrever aqui por que senão, haja saco pra escrever tudo e também pode acelerar uma tendinite desnecessária em mim.
Quando faltava um ponto para eu descer já tinha escutado tanta conversa que pensei: “Valeu a pena. Matei uma grana legal do escritório e já me atualizei com tudo o que se passa na TV”. Apertei o botão da campainha para descer no próximo ponto e depois de andar apenas um quarteirão, cheguei ao escritório do Dr. Marcelo.
Quando cheguei de volta ao escritório, a secretária perguntou se tudo havia dado certo. Respondi que sim. Os contratos estavam assinados e as cópias protocoladas seriam enviadas pelo correio posteriormente, depois de ser reconhecido firma das assinaturas. Ela me perguntou quanto tinha custado a ida e a volta do táxi. Gelei e disse: R$ 65,80. Ela perguntou se eu havia pegado os recibos. Gelei mais um pouco e disse que não. Ela fez uma cara de que não acreditava em mim, mas disse pra eu preencher o formulário de despesas para ser contabilizado no caixa da empresa. Mais do que depressa a atendi prontamente. Perguntei ainda sobre o troco e ela me disse pra eu ir tomar um lanche. Nem precisei devolver os R$ 4,20. Quando eu ia saindo a secretária me chamou e me disse: “Hoje em dia está muito perigoso andar pelas ruas” “O Chefe deu o dinheiro do táxi, porque ele achou mais seguro”. “Parabéns ele vai orgulhar-se de você”.
Saí da sala dela sem acreditar no que tinha ouvido. Fiquei com quase toda a grana do táxi, economizei um dinheirão, dei um chute na empresa, ela nem percebeu e ainda me deu os parabéns! Beleza! Saí da sala dela em estado de euforia.
Acabou o expediente. Fui embora pra casa e fiquei pensando no que eu iria comprar com a grana que ganhei neste dia. Ao chegar em casa assim que cumprimentei minha família vi no noticiário da TV uma reportagem sobre uma pessoa de terno marrom e óculos escuros que acabava de ser preso pela polícia, após praticar um seqüestro relâmpago em um taxista. A repórter relatava a notícia: “O criminoso estava sendo perseguido a vários meses e atacava os taxistas mesmo com passageiros no interior dos veículos. Caso você tenha sido vítima desse criminoso entre em contato com a delegacia do bairro ...” Nem prestei mais atenção no noticiário, mas lembrei-me dele de manhã e da secretária que havia dito ser perigoso andar pelas ruas. É verdade, mas hoje fui salvo pelo “Busão” e aquela senhorinha que pegou o quinto táxi que eu esperei, depois que o criminoso já estava a vários quarteirões adiante.
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Ler é Preciso

Muitas vezes lemos não por hábito ou distração, mas pela influência de uma simpatia moral que nos faz procurar um confidente de nossos sentimentos, até nas páginas mudas de um escritor. Vemos nos livros aspirações vagas para o amor e sonhamos com as afeições puras do coração.”

Uma Má e Ligeira Impressão

Tinha acabado de terminar a reunião do sindicato dos maquinários agrícolas, quando o decrépito vice-presidente chamou o João da expedição e disse: “O chefe ligou dizendo que precisa de todo o material para a eleição de sábado. Passe urgente na minha sala!”. João, recém contratado assustou-se, mas tratou de atender prontamente a ordem. Em um minuto já estava em frente à sala do vice. Chegando ao gabinete, a secretária - uma daquelas que não tem vontade de fazer nada – falava ao telefone. João disse que o vice-presidente o aguardava. Ela pediu para ele esperar. Enquanto João aguardava, ficou olhando os cartazes, no mural de informativos. A mulher parecia nunca terminar aquela conversa ao telefone. Ele percebeu que ela estava discutindo com alguém. Provavelmente parecia ser com o “ex”. Quando ela parava de falar ao telefone, para ouvir o que o “ex” falava do outro lado da linha, dava a impressão de estar ficando cada vez mais irritada.
A conversa parecia não ter mais fim e João já estava ficando impaciente. Tentou interromper a conversa, mas ela fazia gestos para que aguardasse, dando sinais de que já estava terminando a ligação. Já havia passado uns vinte minutos e João ficando também irritado, não estava conseguindo conter-se, preocupado com o chefe a esperá-lo. Como não havia jeito e a “briga” por telefone iria estender-se provavelmente até a hora do almoço, sem outra escolha João tentou mais uma vez interromper. A secretária dizendo que já iria terminar e João não tolerando e nem podendo mais aguardar, pois estava ali assistindo a discussão por quase meia hora, contornou a mesa, fingindo que iria pegar um café. Simulou um tropeço nos fios de telefone e cabos de rede de informática e “caiu” bem em cima do aparelho do telefone, desligando-o.
A secretária furiosa e com a cabeça quente e “aquecida para mais discussões” falou cobras e lagartos para o pobre operário que não tinha a menor culpa, mas ainda teve educação e postura de dizer que o chefe aguardava-o para tratar do assunto da eleição de sábado. Ela dissimulou por alguns instantes e depois de se recompor, disse que iria anunciar sua presença ao vice. João sentou-se num dos bancos da recepção e aguardou. Ficou pensando: “Não tenho nada a ver com a briga dessa gorda com seu “ex”. Coitado do marido dela deve ter sofrido muito na mão daquela baleia”. Saindo da sala, ela disse para ele aguardar mais um pouco, pois seria atendido assim que o chefe terminasse uma ligação. Mais meia hora se foi. João agora já aflito pegou uma revista e começou a folhear sem nenhum interesse nas matérias. Nem as mulheres de biquíni de uma publicidade de lançamento da coleção de primavera/verão atraíram a atenção dos olhos daquele operário já cansado de tanto esperar.
Finalmente quando João conseguiu entrar na sala do chefe já foi tomando logo um “esporro”. “Por onde você andava? Eu te pago pra você ficar fazendo hora aqui no sindicato? Estou com um compromisso inadiável com o presidente e você me aparece aqui com mais de uma hora de atraso?”... - Se eu tivesse no lugar do João adivinha o que eu responderia e pra qual lugar eu mandaria o vice? - Quando tudo se acalmou e depois de ter engolido a seco mais meio quilo de cobras e lagartos e também vários sapos, João recebeu as ordens e tarefas do chefe. Teria que imprimir todo o material da campanha: os questionários, as cédulas de votação, os panfletos. Tudo no menor tempo possível. Era cinco mil a quantidade de cada impresso.
Chegou à sua seção e falou para seu supervisor sobre sua tarefa. Ele disse que tinha muito serviço e não poderia ajudar. João pediu ajuda a um colega que deu a desculpa de estar comprometido com o registro de novos afiliados. Um terceiro colega da seção, não pôde ajudá-lo, pois estava com afastamento por acidente de trabalho e com os devidos papéis para dar entrada na perícia. Outros três colegas de seção também deram desculpas esfarrapadas para não ter que ajudá-lo. João ficou numa situação desolada, sentindo-se em estado de abandono.
Faltava somente um dia e meio para a eleição do sindicato e João em estado de desespero arregaçou as mangas e disse: “Seja o que Deus quiser!”. Sentou em frente ao computador e começou a elaborar os layouts dos impressos, naturalmente dedicando todos os turpilóquios em pensamento: ao vice, à secretária, ao supervisor, aos colegas da seção e até à alguém que passasse e lhe perguntasse as horas. Depois de algumas horas os layouts ficaram prontos. Saiu da sua seção e foi em vários departamentos com a autorização da diretoria para imprimir os materiais de campanha. Deixou os questionários imprimindo em diversos setores. Porém como o caderno de questões era de quatro folhas, o volume de impressão era imenso. João fez as contas de cabeça e calculou que para concluir o trabalho de impressão dos questionários levaria praticamente quase todo o tempo que restava até a eleição. As impressoras trabalharam sem parar até o final do expediente e, levaria todo o dia seguinte para concluir a impressão. Ainda restavam os panfletos e as cédulas de votação para serem impressas. No final do dia um terço dos questionários já estavam prontos. Antes de ir para casa João não sabia o que fazer para imprimir os outros dois trabalhos. Como não teve jeito, levou os panfletos para imprimir em casa, pois só teria mais um dia útil - sexta-feira – para concluir o trabalho do material da eleição. Como dava para imprimir quatro panfletos por folha, nem pensou no prejuízo que teria com as folhas de sulfite e com o tonner da sua impressora, porque depois, o sindicato teria que ressarci-lo de qualquer jeito - pensou.
Ficou até 02:35 horas da madrugada imprimindo e recortando os panfletos da eleição. Sua mulher reclamando a noite toda o deixou atônito com os educadíssimos e motivadores comentários, do tipo: “Como o João é trouxa!”, “Puxa saco!”, “Me levar de carro ao mercado, ele não leva!”, “Imprestável!”. - E por aí vai... João foi dormir tarde, mas terminou mais da metade dos panfletos.
Levantou-se bem cedo. Estava com olheiras e um sono descontrolado, mas era o último dia que restava para concluir o trabalho. Chegando ao sindicato, colocou os questionários para serem impressos nos departamentos e deu seqüencia nos trabalhos. Utilizou quatro impressoras para imprimir os questionários e outra para concluir os panfletos. Se nada acontecesse conseguiria terminar os questionários até ao final do expediente e como para imprimir os panfletos acabaria bem mais rápido, só restariam as cédulas de votação para serem impressas. Pensou: “Moleza! Oito cédulas são impressas em cada folha. Uma resma e mais um pouco e tudo estará terminado.”
O trabalho ia fluindo bem. De tempos em tempos, o vice ia dar uma olhada nas impressoras fiscalizando o trabalho. João trabalhando com as suas rotinas da expedição, também olhava de vez em quando a impressão dos questionários. O vice, impaciente ficava contando quantas folhas eram impressas por minuto. Tirava algumas folhas das bandejas para ver os questionários impressos. Em um dado momento chamou o João e disse: “Imprima estas folhas de novo. Ficaram tortas”. João tinha que parar o que estava fazendo, colocar mais papel na bandeja e reimprimir mais folhas. A toda hora o vice colocava defeito nas impressões e lá vai João reimprimir mais folhas. E de novo. Umas oito vezes foram poucas. Teve uma hora que o vice mexeu em uma das impressoras e no display aparecia a mensagem: Paper Jam (Papel Atolado). João bufando com a “pentelhação” do vice teve que desmontar uma impressora que tinha fragmentos de papeis no cilindro. Já quase na hora do almoço, João ainda não tinha terminado nem a metade dos questionários, quando uma das impressoras “travou”. “Se não fosse o maldito vice ficar mexendo nas impressoras, nada disso teria acontecido” – pensou enfurecido. Antes de ir almoçar teve que interromper a impressão dos panfletos para substituir a impressora que travou. - “Graças ao vice”.
João foi almoçar e até teve congestão devido à raiva que passou por causa do “mala”. Retornando, foi dar uma olhada nas impressoras e tudo estava normal. Depois de ter passado mais de uma hora, percebeu que nada havia acontecido. Telefonou para a secretária do vice e foi informado de que ele tinha saído para a última reunião do sindicato para tratar dos assuntos das eleições do dia seguinte. Ele pensou aliviado: “Graças a Deus! Pelo menos ele não vai mais atrapalhar e nem colocar defeito nos questionários impressos!”. E tratou de ir montando os questionários que já estavam prontos e embalando-os para que não pudessem ser vistoriados pelo vice, que provavelmente iria colocar algum defeito.
Faltavam menos de três horas para o final do expediente e João começou a ficar preocupado com o horário. Se o vice não retornasse, e nenhuma impressora desse mais defeito, ainda passaria do horário do expediente e também ainda faltavam as cédulas de votação para serem impressas. João fez de novo as contas e viu que faltaria pelo menos uma hora e quinze minutos para concluir a impressão dos questionários. As cédulas seriam impressas no máximo em meia hora. Resolveu telefonar para casa avisando que chegaria mais tarde. Sua educada e compreensiva mulher repetiu praticamente os mesmos “elogios” da noite anterior, acrescentando ainda mais calúnias e dizendo que ele estava mentindo. Dizia com uma irritante voz ao telefone: “Olha, João Leocádio Nabantino Ferreira, você está cada vez mais arranjando desculpas com o trabalho, não fica mais comigo em casa, não cuida das crianças, sempre sai com os amigos para pescar, jogar bola, sair de carro sozinho, etc. e blá blá blá ...”
João nem quis escutar mais o restante porque aquela mulher só irritava e desligou o telefone.
Faltava menos de meia hora para encerrar o expediente e já estava concluído quase noventa por cento do trabalho. João nessa hora já nem se preocupou mais, pois o chefe não voltaria mais para o sindicato. A mulher dele já estava avisada. E ainda mais sendo chata, ele nem se importava em chegar mais tarde em casa. Avisou na portaria aos seguranças que ainda continuaria na sua seção depois do expediente. Quatro mil e novecentas folhas já estavam impressas. Faltavam apenas 25 questionários para serem impressos, ou seja, 25 folhas em cada impressora e os questionários já estariam prontos. João só teria que imprimir as cédulas e em mais meia hora, tudo estaria resolvido. Começou então a fazer contagem regressiva acompanhando o término da impressão dos questionários. Dezoito, dezessete, 16, 15, 14, 13, 12, 11, 10... De repente...

TCHUMMMMM!!!!!


Acabou a energia elétrica.......

João ficou completamente sem saber o que fazer.
E agora!!!!

Embalou assim mesmo os questionários e disse:
“Que se dane!” Ninguém vai saber mesmo se estão faltando ou não alguns questionários!”

Os panfletos não tinham sido impressos por completo, mas mesmo assim, João embrulhou faltando algumas centenas de panfletos.

Mas e as cédulas de votação?

João teve um calafrio!

Como poderia de deixar de imprimir o mais importante?
Justo a impressão das cédulas?
O principal da eleição!!!

João “pensou” bem alto: “Estou fudido!”

Pensou vários minutos Teve uma Luz e uma grande idéia.

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Depois de rodar as cédulas, embrulhou-as por último e deixou um bilhete com todas as instruções na mesa do vice-presidente.

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“Caro Senhor Vice-Presidente!
Fiz um Download especial na Internet para imprimir com mais eficiência o trabalho que você solicitou. Pode deixar que a impressora que você quebrou eu conserto na segunda-feira.
Os drivers que baixei para rodar as cédulas depois eu desinstalo do computador.
Boa eleição!

Saudações

João Leocádio Nabantino Ferreira
Auxiliar de Expedição”



No sábado a festa da eleição foi tratada com muitos elogios pelos participantes.
Um dos eleitores comentou:
“Bonita a impressão das cédulas! Também com esta tecnologia, os técnicos conseguem até alterar a cor do tonner das impressoras”.
E todos concordavam admirando o trabalho do João. Mal sabiam eles que João rodou as cédulas utilizando um Mimeógrafo.

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sexta-feira, 11 de abril de 2008

A Crise Mundial da Falta D'água

Nunca poderíamos imaginar que um dia o mundo teria problemas com a falta d'água. Água agora virou produto de exportação e de primeira necessidade, pois com esta crise o racionamento está cada vez mais intenso. O Governo em seu último pronunciamento na TV, disse que se esta crise intensificar, não haverá água nem pra fabricar cerveja.
Pobre já não toma mais água como antigamente, aliás, a única água disponível para as classes nível E, é a água "tipo C". Vou explicar. Depois da crise ocorrida no ano de 2147, a água virou um produto de "luxo". Com o abuso e uso indevido, sem a devida preocupação com a natureza, e tratamento dos mananciais, somado a poluição ambiental, não foi mais possível manter o controle para tratamento adequado de água potável. E a crise é mundial. A água agora é classificada quanto ao seu tipo e forma de tratamento de pureza. Águas do "tipo A" é raríssimo encontrar e só é vendida enlatada. Os EUA, pioneiro em enlatados desenvolveu em grande escala "Água Enlatada" para exportação mundial. A água do "tipo B" é encontrada nas reservas pluviais no alto das montanhas e é considerada muito boa para o consumo, porém o governo decretou como "Reserva Ambiental" e delimitou como área de acesso restrito, controlado pelas forças armadas. A água do "tipo C" é proveniente das chuvas, mas como houve elevação global na temperatura, tem sido cada vez mais difícil chover por aqui.
Em contrapartida, a França comemora a falta d'água. Os franceses só estão exagerando com as novas fragrâncias lançadas no mercado. Porém, para alavancar os negócios, eles estão quase concluindo em suas pesquisas o desenvolvimento de uma linha de perfumes para os animais, como cães e gatos, por exemplo.
Em nota oficial, o governo pronunciou que irá finalmente aprovar a licitação para a compra de caminhões pipa, previamente adequados para o abastecimento de água, cada vez mais escassa nas grandes cidades. Os novos modelos de caminhões fabricados são movidos a Nitrogênio, pois com esta crise, o petróleo teve uma brusca queda na cotação mundial.
Os árabes decidiram então, para não terem mais prejuízos nos negócios, criar em cativeiro uma grande quantidade de Camelos, onde este pacato animal é avaliado como o mais valorizado no mercado internacional. A extinta Organização das Nações Unidas, agora representada pela International Water Reserve, nada pode fazer para impedir o monopólio árabe sobre estes animais.
O presidente Janinho VIII, está de olho na fabricação da nossa aguardente e investiu pesado (valor financeiro não divulgado) para o novo pólo industrial situado em Pirassununga, fábrica que se fundiu com a família Barreiro, neste mega empreendimento.
Um estranho comportamento no ser humano surgiu ao longo dos anos, por causa da crise. Velórios hoje em dia são bem freqüentados. Infelizmente muitas pessoas estão morrendo por causa da falta d'água e a população está cada vez com mais dificuldades de adaptar-se a esta realidade. O estranho é que nos velórios, na medida em que as pessoas choram devido à perda de seus entes queridos, criaram o estranho hábito de lamber os olhos. Uns aos outros além de se abraçarem, bebem as lágrimas de seus parentes e amigos. A polícia foi chamada num caso que sensibilizou o país, quando um desconhecido invadiu um velório e começou a lamber a todos que choravam numa situação de desespero pela falta d'água.
A única notícia boa com a crise da falta d'água que pudemos constatar é que no final do ano irá completar 32 anos que a Dengue foi erradicada.
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segunda-feira, 7 de abril de 2008

Anjo Iluminado

05/04/2008 – (Sábado) – 11h20min
Gênero: Poema – Momento de Reflexão


Anjo Iluminado

Anjos não suportam guerras
Anjos não toleram uma encenação
Anjo e suas asas belas
Anjos só decolam, se existir paixão.

Anjos quando vêm ao mundo
Anjos manifestam nas imensidões
Anjo e o seu amor profundo
Anjo amenize nossas aflições.

Anjo mande o seu recado
Anjo alivie a dor maternal
Anjo revele o pecado
Anjo você têm a força universal.

...
Pai Nosso... (03 x)
...
Ave Maria... (03 x)
...
Credo... (03 x)
...

Anjo guarde as nossas vidas
Anjo abençoe esses filhos teus
Anjo você é querida!
Anjos estão sempre do lado de Deus!

Em memória a Isabella Nardoni.


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Em Breve!!! A nova Fábrica de Sites!!!