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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Em Caso de Emergência, Não Aperte Qualquer Botão - Parte IV

4ª Parte

O sistema tinha sido projetado segundo o engenheiro fundador e projetista do edifício, como um sistema à prova de falhas, pois todas as câmeras de segurança e o sistema informatizado do edifício eram meticulosamente monitorados pelos seguranças altamente treinados que trabalhavam do prédio.

Ricardo e Tadeu, que possuíam treinamentos em alta tecnologia foram conversar com os seguranças do prédio, com autorização do Dr. Wallace, para se interarem sobre a tecnologia de segurança que o edifício possuía.

Trocaram, entre eles, várias idéias e conhecimentos sobre sistemas de informatização de seguranças de edifícios, aeroportos, rastreamento de espaço aéreo, níveis de sistemas operacionais complexos, etc. Até a conversa ir tornando-se “chata”. Mas na “Área de Especialistas” é assim: Cada um quer saber sempre mais do que o outro.

Passado mais alguns dias, logo pela manhã, Dr. Wallace juntamente com o Sr. Carlos finalmente chegaram à conclusão para iniciar a implantação do produto no mercado internacional. Todas as equipes externas já haviam sido contratadas, os escritórios correspondentes no exterior, já previamente montados, as fábricas já em fase de início de produção industrial. Só estaria faltando o licenciamento e registro do governo federal juntamente com os protocolos internacionais para serem assinados, viabilizando o todo o investimento bilionário na prática. O prazo máximo estipulado era de trinta dias. Dr. Wallace convidou Carlos e seus dois seguranças particulares para irem até o 20º andar, para conhecer o heliponto, que ele havia mandado construir para “agilizar” no deslocamento entre as filiais mais próximas do edifício em que trabalhava. Ele possuía um moderno helicóptero confortável para seis pessoas, e telefonou para o Comandante Arthur que o preparasse para um passeio, para apresentar as unidades de vendas mais próximas daquela região. Os cinco tripulantes a bordo voavam pela cidade com uma sensação de felicidade sobre o retorno que aquele produto de grande impacto causaria, perante o mercado global. As agências de propagandas e publicidades já estavam com as encomendas de anúncios lotadas para uma divulgação do lançamento mundial da campanha de vendas. Um grande sucesso para o mercado que aguardaria com muita expectativa a chegada deste produto nos grandes centros de distribuição, prateleiras de grandes hipermercados, centros atacadistas, farmácias e lojas de departamento.

Passados vários minutos de vôo com os tripulantes sentindo a plena convicção do futuro dos negócios, o Comandante recebeu um sinal pelo rádio que estaria impedido de voltar para a base do heliporto do edifício Engenheiro Doutor Charlie Norman Tibúrcio Wallace, pois os manifestantes do sindicato das costureiras voltaram à porta do edifício. O presidente do sindicato não havia cumprido o acordo de dias anteriores com os líderes da manifestação. E desta vez a “agitação” da manifestação estava muito mais intensa. Milhares de manifestantes estavam furiosos com a desonra do compromisso acordado, e estavam dispostos a invadir o 4º andar do edifício a fim de destruírem a sede do sindicato. O tumulto estava generalizado na porta do edifício. Muitos manifestantes atiravam pedras e pedaços de pau, porém, a polícia tentava controlar e conter o tumulto com seus escudos e armamentos específicos, sendo obrigados a revidarem soltando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo nos manifestantes. A Cavalaria, a polícia do batalhão de choque, soldados militares e civis e praticamente toda a imprensa ocupavam todo aquele quarteirão, transformando num campo de batalhas numa verdadeira balbúrdia. O prédio foi cercado pela polícia impedindo a entrada dos manifestantes. Os seguranças internos com seus rádios comunicadores, a todo instante trocavam informações sobre o que ocorria em cada andar do edifício. Todas as pessoas que trabalhavam no edifício foram orientadas para desocuparem o prédio, tentando sair às pressas nos acessos das saídas de emergência de cada andar. Muitas pessoas estavam em estado de choque, outras gritavam, outras corriam, outras desmaiavam, sendo obrigadas a serem resgatadas por outras pessoas. Diversas outras ficaram feridas. Estava estabelecido um estado de pânico entre os andares e saídas de emergência do edifício. Em cada andar os sinais de emergência foram acionados e o alarme começou a ecoar em todo o edifício. O sistema de refrigeração e luz foram acionados, para evitarem riscos de incêndio. Em alguns andarem algumas pessoas acionaram os botões azuis para facilitarem o acesso aos pequenos buracos e obterem acesso às saídas de emergência, provocando pequenas explosões internas no prédio. Próximo ao quinto andar alguém apertou o botão laranja e o elevador parou. A ascensorista conseguiu sair num vão pequeno entre a porta e o solo quando ele parou mais próximo do quarto andar com a ajuda de algumas pessoas. Neste andar tinha quase trinta manifestantes que tentavam arrombar a porta de entrada do sindicato das costureiras. Ela só teve tempo de olhar pra trás e sair correndo descendo mais três andares tentando escapar e chegar ilesa ao prédio. Quebrou o salto do seu sapato social e rasgou a sua meia calça. Mas conseguiu sair do edifício com apenas alguns arranhões. Quando um desconhecido passou pelo 3º andar “desesperado”, assim como todos os demais do prédio acionou o botão vermelho próximo a cozinha do prédio.

Uma imensa e grande explosão foi causada naquele andar juntamente com vários botijões que ficavam ali próximo. Muitas pessoas saíram feridas do prédio e infelizmente houve algumas vítimas fatais. Os bombeiros desesperados na tentativa de salvar todas as vidas possíveis conseguiram diminuir o número de mortes causadas pela explosão. Toda equipe de apoio e resgate, juntamente com diversos voluntários ficaram trabalhando incansavelmente na tentativa de localizar corpos ainda com vidas naquela trágica explosão. O prédio acabara de ser completamente demolido.

Do lado de fora, toda a imprensa passava informações sobre a tragédia, na tentativa de informar ao público o lamentável acidente ocorrido no mais sofisticado edifício que havia sido construído nos últimos dez anos.

Dr. Wallace assistia de um outro heliponto cedido por outro amigo empresário num edifício um pouco distante dali, com o aparelho (ABST-with...), emprestado pelo segurança Tadeu, desolado não acreditando que todo aquele empreendimento havia sido “perdido” com a explosão, pois com a falta de protocolo e registros oficiais, ele não possuía os documentos para assinar uma apólice de seguros para a segurança de poder ser indenizado com os prejuízos no investimento.

Sr. Carlos jogou o seu paletó no chão e nem conseguia raciocinar. Tadeu ficou mudo, enquanto o Ricardo só pensava no estado de saúde da ascensorista.

O resultado da tragédia é de que: Um dos eletricistas que trabalhou na equipe do Engenheiro Doutor Charlie Norman Tibúrcio Wallace, ligou no 3º andar, por engano, o circuito que instalava o dispositivo que acionava o botão azul no botão vermelho.

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