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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Em Caso de Emergência, Não Aperte Qualquer Botão - Parte III

3ª Parte

Os dois almoçavam tranqüilamente. O cardápio era farto. Digno de estadistas de primeiro mundo. Mas eles tiveram sorte e o privilégio de estarem trabalhando com o Dr. Carlos, afinal de contas, ele era um homem visionário, futurista e com a astúcia de um estrategista para negociações em multinacionais. Depois de alguns instantes, Tadeu ouviu uma manifestação que vinha em direção à entrada do edifício naquela avenida movimentada. Os manifestantes conseguiram bloquear o trânsito e com um barulho ensurdecedor que aumentava em efeito “Doper”, deixou todos que estavam almoçando preocupados. Ricardo imediatamente ligou de seu celular para o seu chefe, comunicando o estranho fato que estava ocorrendo lá na rua com a manifestação. Do alto do edifício, lá no 17º andar, mal dava pra ouvir o barulho, mas Carlos passou ordens para que fossem tomadas todas as providências para manter a segurança e a ordem, evidentemente dos próprios dois seguranças e principalmente do seu sócio Dr. Wallace Wesley Willian. Os seguranças terminaram “às pressas” o almoço e foram investigar para saber do que se tratava a tal manifestação.

Era um protesto do Sindicato das Costureiras que reclamavam por reajustes salariais e também sobre a desvalorização da mão de obra das costureiras, uma vez que a “Invasão dos Colombianos e Bolivianos” estavam cada vez mais produzindo manufaturas do setor têxtil e desvalorizando o trabalho das costureiras brasileiras.

Um dos seguranças avisou o Sr. Carlos, informando que a manifestação estava sob controle, pois a polícia estava conseguindo controlar a situação. Porém a cada minuto que passava chegavam mais manifestantes. Em pouco mais de meia hora já havia centenas de manifestantes junto à porta do edifício comercial que trabalhava o Dr. Wallace.

A multidão em estado de violação aos direitos alheios gritava sem parar, a assustadora frase de reivindicação:

- “Vâmo invadi!...” “Vamo invadi!...” “Vamo invadi!...” “Vamo invadi!...”.

Também, não era por menos. A sede do sindicato das costureiras situava-se no 4º andar do edifício, e a polícia teve que chamar reforços para conter o estado de euforia da multidão.

Os seguranças receberam ordens pelo celular para subirem ao escritório o mais rápido possível e não se envolverem com nenhuma pessoa desconhecida. Sejam os funcionários, ou seguranças do prédio, manobristas, o Severino. Principalmente com os líderes da manifestação, e evidentemente com a polícia.

Rapidamente eles entraram no elevador e foram para o 17º andar. Ainda deu tempo do “safado” do Ricardo mandar um Torpedo do seu celular para a ascensorista, já tentando marcar uma data para a futura balada. Ela recebeu instantaneamente e piscou para ele, num gesto de concordância, apenas dando a entender que confirmaria a hora exata e o local para o encontro.

Enquanto isso lá embaixo a situação continuava a intensificar-se cada vez mais, quando foi necessário chamar ainda mais reforços com a polícia de elite para conter a ação dos manifestantes. Todo o quarteirão ficou isolado. Mais de vinte viaturas já se encontravam no local, e os primeiros jornalistas começavam a chegar para obter informações para repassar para a redação de seus jornais, emissoras de rádio, de TV, de Webtv, de Iphonetv, etc...

Estava em implantação uma nova tecnologia ainda em fase experimental, cuja sigla é:
(ABST with cp/ct/cv+sphtv+Web2HD+e-mailC no Spam+TorpF+Bt+HighWire).

“Absorption of Vibration with Absorption of Point, or Absorption of Trepidation, with Smart Phone TV, with Web2HD, with emailC no Spam, with Free Torpedo, with Bluetooth and High Wireless”.

Tudo misturado ao mesmo tempo. (Traduzindo toda essa parafernália a sigla significa:)

“Absorção de Vibração, com Absorção de Ponto, ou Absorção de Trepidação + Web de Segunda Geração com Alta Definição + email Comercial sem Spam + Torpedo Livre + Bluetooth + Tudo com Conexão Totalmente sem Fio em Altíssima Velocidade”.

(Uma zona! Cá pra nós. Mas já se anunciava definitivamente o fim da Banda Larga).

Passado mais de meia hora, do alto do edifício os quatro cavalheiros acompanhavam assustados a manifestação lá na rua. Um dos seguranças acompanhava a transmissão em seu aparelho celular que já possuía essa tecnologia (ABST-with...), e num dado momento, monitorando tudo com a máxima atenção possível, Tadeu passou as informações do final da manifestação, informando que um dos líderes do movimento conseguiu negociar uma audiência marcada com o presidente do sindicato, dentro de alguns dias. Todo o pessoal dispersou e foram embora para a casa lentamente.

Durantes os próximos dias os encontros do Sr. Carlos e o Dr. Wallace tornaram freqüentes, pois o projeto prolongou-se entre várias reuniões para analisar cada detalhe das expansões dos negócios no lançamento do produto no mercado mundial.

Severino, sempre pela manhã, entregava os crachás aos três e dizia apenas: bom dia! Por necessidade e educação e também para cumprir as normas do edifício.

Dia sim, dia não, os rapazes que faziam a entrega dos botijões de gás eram recebidos pelo Severino com mais alegria e cordialidade. Eles se entendiam muito bem e já estavam acostumados com a rotina deste tipo de entrega. O carteiro também era amigo do Severino. Sempre no 3º andar, onde os entregadores de gás levavam os botijões realizavam a troca dos que já se encontravam vazios, facilitando o trabalho das cozinheiras. Oito eram substituídos e os outros oito ficavam num canto da cozinha. O fogão industrial de seis bocas consumia muito gás, o forno industrial, idem; e para fazer a refeição de quase 400 pessoas que trabalhavam naquele edifício, nove cozinheiras tinham muita prática em tudo para atender a demanda de refeições diárias pra as pessoas do edifício.

Só a energia elétrica que a cozinha consumia diariamente para alimentar os freezers, geladeiras, microondas, sanduicheiras e outros equipamentos era na faixa de 700 Watts/dias ou mais.

As cozinheiras trabalhavam em uma rotina estressante, mas gostavam do que faziam, pois tudo o que sobrava diariamente era dividido entre as elas e podia ser levado para casa.

Quando os entregadores de gás desceram após ter efetuado a troca dos botijões vazios, um deles perguntou para o Severino, porque o nome do prédio tinha o nome de: Edifício Engenheiro Doutor Charlie Norman Tibúrcio Wallace.

Severino explicou que este nome foi batizado em homenagem ao grande engenheiro que projetou todo o edifício. Desde a fundação até o acabamento final, incluindo o sofisticado sistema de segurança que o prédio possuía. Doutor Charlie havia morrido em 2006 num seqüestro relâmpago, levando cinco tiros à queima roupa, não resistindo aos ferimentos e tendo morte cerebral instantânea, sem ter tido tempo de ser socorrido e levado ao hospital. Ele era tio avô do Dr. Wallace Wesley Willian, praticamente o principal acionista do edifício.

Os rapazes satisfizeram sua curiosidade, pegaram o canhoto assinado da nota fiscal de entrega dos botijões, como era de costume e despediram-se do porteiro recepcionista.

No começo da próxima semana a audiência com o presidente do sindicato das costureiras havia sido marcada. Era uma terça-feira. O horário foi marcado para as 10:00 horas em ponto.

A comissão passou pela portaria representada por cinco membros. Após terem sido identificados por Severino, cadastrados e com os seus devidos crachás, todos foram autorizados para subirem ao 4º andar para tratar das negociações com o sindicato.

Apertaram o botão no térreo e aguardaram a chegada do elevador que estava no 16º ainda subindo. Após ter ido até ao último andar (20º) o elevador começou a descer. Demorou um pouco, pois ele parava praticamente em todos os andares recolhendo as pessoas. Enquanto isso um dos membros da comissão começou a observar o sistema de segurança que havia próximo à porta do elevador. Era um sistema de segurança denominado “High Stêncil” e era uma sofisticada tecnologia polonesa importada, que o Dr. Charlie havia implantado na construção do edifício. Era uma caixa com um encapsulamento blindado, com plásticos de polietileno fumês, onde possuíam apenas cinco botões. O Branco, o Azul, o Vermelho, o Preto e o Laranja. Todos os andares possuíam este sistema. E na extensão dos corredores de todos os andares possuía um conjunto de quatro equipamentos de segurança por andar. As caixas encapsuladas ficavam situadas uma em cada extremo dos corredores, outro próximo ao elevador e outro perto da saída de emergência de cada andar do edifício.

Cada botão tinha uma função específica. O botão branco, quando acionado cortava o sistema de ar condicionado do próprio andar caso ocorresse uma emergência. O botão vermelho disparava o alarme de incêndio, o botão laranja acionava um sinal para o elevador efetuar uma parada de emergência, no andar que estivesse mais próximo, o botão preto caso houvesse uma necessidade desligaria o circuito elétrico de seu andar específico para evitar algum risco de fagulha elétrica evitando algum risco no sistema de alimentação elétrica do seu respectivo andar.

Agora o botão azul era o mais perigoso. Na caixa encapsulada só era permitido acioná-lo próximo às escadas de saída de emergência de cada andar do edifício. Só poderia ser utilizado em último caso, pois ele provocaria uma pequena explosão na parede para poder dar acesso e abrir um buraco projetado para explodir junto à parede do tamanho suficiente para que um corpo humano por vez pudesse passar, caso houvesse dificuldade das pessoas poderem utilizar o acesso à saída de emergência de cada andar do prédio. Por medidas se seguranças rígidas imposta pelo projetista do edifício o único andar que não possuía o botão azul era o 3º andar.

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