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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Greve de Ônibus

Nos dias em que acontece uma greve de ônibus ocorre um caos na cidade. Por causa do interesse de algumas dezenas de pessoas outras centena de milhares se prejudicam. E como sempre: chegam atrasadas, se irritam, pegam táxi, vão a pé ao trabalho, faltam, xingam pessoas que às vezes nem tem culpa, enfim, é sempre a mesma coisa. Antigamente eu também ficava irritado com isso, mas hoje em dia comecei a ver esta situação por um outro lado.
Acordei cedo para ir trabalhar, quando de repente vi um aglomerado de pessoas e após alguns instantes não deu outra e constatei: Mais uma greve! Daí em diante, paciência! Não adianta se apavorar e nem reclamar, pois em todas as greves a bagunça é sempre a mesma que, no final das contas, só poderá acontecer duas coisas: chegaremos atrasado ou então, não termos como ir trabalhar e faltar mesmo!
Como eu havia decidido que não haveria outro jeito de poder mudar isso, até porque não era minha culpa, resolvi aprender a observar como é que as pessoas se comportam nesta situação.
A primeira coisa que observei é que todas as pessoas estranhas se falam automaticamente. A cerimônia quebra o protocolo e todos falam entre si, pois neste tipo de dia, vemos muitas pessoas diferentes, até porque eu mesmo vi o pessoal das 06:00 horas que pega ônibus comigo, mas também vi os que pegam em horários posteriores. E como todo mundo estava atrasado mesmo, qualquer assunto se desenrola na maior naturalidade. Assuntos aleatórios, sem fundamento, balelas e outras besteiram pairam no ar, pois é quase que interessante falar qualquer coisa que vêm na cabeça, pois sem ônibus, ninguém não tem nada pra fazer mesmo! A não ser, se for pra reclamar e xingar os grevistas e suas genitoras.
Pode reparar. As pessoas estranhas falam com a gente, mesmo sem a necessidade de sermos apresentados. Eu mesmo fui vítima logo nos primeiros instantes que me aproximei do pessoal. As feias e encalhadas vêm com tudo pra cima, puxando qualquer assunto, pois é uma grande oportunidade para conhecer a gente, até porque eu também faço isso com as pessoas, só que com as bonitinhas, é lógico.
Outra coisa interessante em dia de greve, é que antigamente o dinheiro era gasto com táxi. Atualmente sai mais barato colocar créditos no celular para a avisamos que iremos atrasar, ia não ser que resolvamos faltar mesmo. No meu caso, eu ligaria a cobrar, se meu empregador atendesse a ligação retornando a que ficou no "display" do aparelho.
A televisão sempre cumpre o seu papel. Pega um helicóptero e fica narrando por quase uma hora ou mais, a situação do trânsito da cidade, filmando nos terminais e pontos de ônibus o número de pessoas que aguardam a situação se normalizar. Como o programa de reportagem da TV fica enjoativo, nem os telespectadores e apresentadores têm paciência para ficar por muito tempo olhando as pessoas paradas na rua em toda a cidade.
O bom em uma greve é quando o encarregado não vai. É uma grande chance pra dar um pega na baixinha da limpeza lá no vestiário. Mas, como o encarregado puxa-saco faz de tudo pra ir trabalhar com a perua Kombi do cunhado, pois todo mundo sabe que o Gerente vai "se der", o sonho com a baixinha têm que ser mais uma vez adiado.
No ponto de ônibus que eu fiquei como um bobo no meio do povo que fazia também o mesmo papel que eu fazia, eu tive que escutar um monte de besteiras que eu não poderia deixar de dizer aqui mesmo, pois algumas são até engraçadas. Veja só. Uma mulher aproximou-se de sua amiga que fez um comentário: "Uéh! "Maria", desde quando você usa "Sutiã Vermelho?" - Não é meu não. É de minha filha! - respondeu. Hilário para uma manhã infernal.
Outra situação engraçada que ocorreu, foi quando uma pessoa acordou atrasada e aproximando-se de nós, fez a mágica pergunta: "É greve de ônibus?" Eu respondi: "Não, não! Estamos realizando uma "Passeata Parada!"". Fala sério!
O metrô tenta ajudar colocando funcionários extras para orientar o povo, disponibilizando até Orientadores de Embarque "vesgos" que trabalham com toda a dedicação para nos porpiciar mais conforto e segurança nas apertadas e espremidas viagens que sempre duram mais tempo no mesmo percurso.
Nas pouquíssimas lotações disponíveis é um "empurra-empurra" danado onde todos nós achamos que cabemos naquele micro-ônibus. Pessoas misturam pelo ar, o mau hálito, o cheiro do insuportável "cecê", e vários outras coisas chatas que naquele dia, acaba sendo aceito por todos.
A única vantagem que eu percebi nos dias de greve de ônibus é quem conseguir chegar ao trabalho (até porque, não seria possível eu conseguir escrever isso pra vocês), é que, dmesmo tendo avisado que chegaria mais tarde, todos irão te receber com as recepções de um "Buffet", dizendo a elogiosa frase: "Que bom que você veio ..."
E você nem bate o ponto direito, e nem começa a trabalhar diretamente, e vai direto tomar um café, e depois contar o que aconteceu e como arranjou um jeito de vir trabalhar e ... e... e....

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